Vamos imaginar que o Camões afinal não morreu e que sofreu uma doença rara tipo "Bela Adormecida" mas com mais uns seculozitos... Por enquanto imaginar ainda não paga imposto... por enquanto...
Depois das honras de Estado, entrevistas e afins (que a fama acaba depressa), o nosso Luís Vaz de Camões certamente teria de trabalhar. E ninguém melhor do que ele para ensinar a língua portuguesa aos alunos do secundário.
Mas eu tenho algumas duvidas que esta história tenha um final feliz.
Primeiro, ia ser vitima de bulling por parte dos alunos e dos colegas. Estou mesmo a ver: "Olha o Zarolho!", ia ser um pagode...
Para além dos computadores e afins, ia ter de aprender a decifrar a escrita dos alunos com as abreviaturas e a linguagem "bué da fixe"... além que respeito numa sala de aula é tão fácil de encontrar como os números do Euro milhões...
Para ajudar, ainda há o famoso acordo ortográfico...sim, se nem nós nos entendemos imaginem o Camões! E depois, aquela expressão "Vai perguntar ao Camões"... acho que também não vai ajudar muito...
Por isso, já o estou a imaginar perante uma junta médica a dizer que não aguenta ir para a escola todos os dias no meio daqueles selvagens...
Para salvar a honra à Nação, o Presidente da Republica iria pedir-lhe para escrever um livro a homenagear os feitos do povo português. Mas o Camões teria de responder que o Mário Zambujal já fez isso quando escreveu a "Crónica dos Bons Malandros".
A solução? Emigrar! Sim, talvez para Alcácer-Quibir. Quem sabe se o D. Sebastião não anda por lá...